quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O BASICO DO AQUÁRIO PLANTADO



O BASICO DO AQUÁRIO PLANTADO

O aquário plantado é um dos mais bonitos aquários que se pode ter. No início, mantê-lo pode parecer bem complicado, mas não é tanto assim. É fato que as plantas tenham exigências para mantê-la saudáveis, você vai precisar de dedicação e suprir as exigências delas, como de qualquer outro ser vivo. Para que um aquário plantado tenha sucesso é preciso ter:
Substrato fértil - é dele que a planta irá se alimentar. Existem diversos tipos de substratos caseiros, como húmus de minhoca, laterita, etc. Mas hoje em dia, existem ótimos substratos industrializados que possuem todos os nutrientes necessários e são bem mais práticos, mesmo que o custo seja um pouco maior do que os naturais, eles valem a pena. Este substrato deve ser a primeira camada do aquário, antes mesmo do cascalho (portanto, nada de placas). O ideal é que a grão tenha entre 1 e 3 mm e que ele tenha uma camada de 5 a 8 cm, para melhor fixação das raízes das plantas. Quanto à sua lavagem, siga as orientações o fabricante, geralmente impressas na embalagem. Logo em seguida deve se colocado o cascalho, com um grão entre 1 e 3 mm e uma camada entre 3-5 cm.

Iluminação - como qualquer planta, as que ficam embaixo da água também necessitam de luz para se desenvolver. Este é um fator essência no sucesso do aquário plantado. Algumas plantas exigem mais iluminação, outras menos. Mas as referências mais comuns e que a iluminação fique ligada por cerca de 8 a 10 horas e 1watt de luz fluorescente para cada litro de água. Então se você possui um aquário de 60 litros, você deve possuir três lâmpadas fluorescentes de 20 w. O tipo de lâmpada fluorescente também é importante, as mais adequadas são rosa e a branca, nada de lâmpadas azuis. As lâmpadas também têm prazo de validade, mesmo que elas continuem iluminando, após nove meses elas já não são tão eficazes para o crescimento da planta.

Filtragem - em um aquário plantado o ideal é que se use um filtro externo que filtre pelo menos cinco vezes todo o volume do seu aquário por hora, não mais do que isso, pois plantas não gostam de água muito movimentada. O filtro externo tanto pode ser traseiro como um canister, usado para aquários maiores (neste caso veja na embalagem a indicação para o tamanho do aquário). Uma boa filtragem ajuda no equilíbrio da água, impedindo que surtos de algas se instalem no aquário.







CO2 - importantíssimo para as plantas, é com ele que elas vão respirar, absorvem o gás carbônico e liberam oxigênio fazendo a fotossíntese. Em um aquário com poucas plantas (eu disse poucas) a quantidade natural de Co2 é capaz de suprir as necessidades, permitindo que elas façam à fotossíntese. Mas geralmente quem opta por um aquário plantado, quer muitas plantas, então o certo é dar uma ajuda à natureza, injetando CO2. Essa injeção de CO2 pode ser feita através de materiais industrializados (pastilhas, injetores, etc.) ou caseiros, que servem bem para aquários menores e mais simples, de preferência use produtos industrializados, pois são mais confiáveis e precisos.
Nutrientes - os principais nutrientes para plantas são nitrogênio, fósforo e potássio, chamados macronutrientes. Porém, a água do aquário tende a naturalmente acumular grandes quantidades de N e P, na forma de amônia, nitratos, fosfatos, e um excesso destes compostos tende a causar uma variedade de problemas, intoxicação dos peixes, crescimento excessivo de algas, variação de pH, portanto os fertilizantes de aquários devem ter grandes concentrações somente de K. Obviamente, vários outros elementos são usados em menor quantidade, mas também são essenciais. Estes são chamados de micronutrientes ou elementos traços: Fe, Zn, Mg, Mn, S, B, e outros. Existem vários e bons fertilizantes para aquários que fornecem todos esses nutrientes nas quantidades apropriadas.
Trocas parciais - a realização e muito importante.
Realize trocas parciais de água, troque cerca de 10% a 15% todas as semanas, assim retiramos o excesso de compostos indesejados que podem poluir nosso aquário levando ao surgimento de algas, e por outro lado damos as nossas plantas uma pequena quantidade de elementos necessária para seu desenvolvimento.


CLEBER LUIZ DA SILVA:  BLOG AQUATICOS

sábado, 15 de outubro de 2011

Cyperus Eragrostis


Cyperus Eragrostis
Papiro do brejo 


Origem geográfica: América Tropical
Raridade: Raro

Manutenção:
dificil
Tamanho: 30-70 centímetros

Iluminação: Intensa
Crescimento: Lento
pH: 6,5-7,5
Dureza (GH): 5 ° a 15 °


 
Originária da África, sua tolerância a diferentes ambientes tornou-se cosmopolita (como muitas espécies de Cyperus).Planta que não é comercializada no Brasil, mais muito fácil de ser encontrada em áreas alagadiças, considerada uma planta invasora em vários países do mundo, por isso o fato de não ser usada para aquariofilia, não conheço nenhum relato de uso dessa planta em aquários porém segundo o renomado site francês Aquaportail essa planta aceita submersão por longo períodos tendo um crescimento muito lento, mais
sem sinais de estaguinação.



Oldenlandia Salzmannii

Oldenlandia Salzmannii

forma aquatica

 
Familia: Rubiaceas
Origem: Américas (América do Sul até o sul da Flórida)
Iluminação: 0,75 a 1 W/L
pH min : 6,0 max : 7,5
Temperatura min : 20 max : 32ºC
Tamanho: até 25cm
Posição no aquário : Meio
Manutenção: Precisa de podas freqüentes e remoção de raízes dos caules.É interessante o replantio das pontas.
Características : É uma planta de médio porte, muito parecida com algumas bacopas ou até rotalas.Pode ser utilizada como planta de meio plano no aquário.
Precisa de uma iluminação média a forte e substrato fértil.Seu crescimento é rápido ; solta muitas raízes de seu caule na forma submersa, o que talvez a desvalorize em um aquário plantado.
Em forma emersa solta muitas flores. Dá para se manter uma cultura em vasos com alta umidade e com luz indireta.Ao sol pleno, tende a amarelar ou queimar suas folhas.
Reprodução: por estaquia.
forma emersa


Cultivada emersa, esta pequena planta é muito parecido com a Bacopa monnieri, mas depois de aclimatada para a estado submerso, ela se revela muito diferente morfologicamente. Crescimento imerso é muito lento, mas tem a vantagem de formar densas moitas. De fato, Oldenlandia salzmannii é uma planta muito rara, encontrada em alguns estados da costa brasileira em áreas alagadiças. Para o crescimento ideal em aquário, é preciso uma luz intensa caso contrário, ela tende a crescer para a superfície (onde ela irá florescer).
detalhe da flor


GENERO HIFHESSOBRYCON











Peixe distribuido por todo sudeste brasileiro desde a Bahia até o Rio grande do sul.Pertencente a fámilia dos caracídeos, muito fácil ser encontarado em cardumes. Tambem conhecido vulgarmente, como Tetra Amarelo ele passa por fazes de coloridos muito diferentes no seu desenvolvimento. Quando pequeno, é transparente com nadadeiras que vão do cereja ao vermelho. Na natureza, fica com duas listras negras atrás da guelra e o corpo assume um dourado brilhante. Nos aquários, irá ficar prateado, mantendo as listras negras. É um tetra que cresce mais e mais rápido que os demais, talvez por ser muito ativo e bom de boca. As nadadeiras do macho são mais desenvolvidas. As peitorais são bem mais alongadas do que as da fêmea e adquirem tons amarelos e laranjas. Conforme o peixe cresce, o corpo ganha um amarelo difuso que não chega a competir com o prateado, sem jamais lembrar o colorido exuberante que tem na natureza. Sua reprodução é extremamente fácil. Basta ter um casal e vegetação. Os filhotes têm um índice de sobrevivência superior à média, o que pode torná-lo uma praga. Por ser ágil ao se alimentar,pode impedir que os demais peixes comam o suficiente, exigindo atenção do criador.



 

Hyfhessobrycon bifasciatus Ellis 1911
FámiliaCarácidae
Nome ciêntificoHyfhessobrycon bifasciatus
Nome popularTetra Amarelo
Distribuiçao geograficaSudeste Brasil
Ph6,0 a 8,0
AlimentaçãoOnivora
ReproduçãoOviparo/fácil
Compativel plantadoSim
AgressividadeMédia
Quantidade minima05
Diformismo sexualsim
Aquário minimo50 lts
Grau de dificuldadeBaixa                                  

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Como reproduzir Acaradisco

Reprodução dos Discos

Indrodução
O disco é originário da região norte do Brasil, de águas acidas com PH de 6.0 a 6.8 , dependendo da região, com uma temperatura de 28 a 32 graus. Procure inserir um termostato de precisão em seu aquário, para evitar oscilações de temperaturas . Quando recém introduzidos ao novo aquário, poderemos elevar a temperatura para aumentar o metabolismo, assim terá mais fome e se alimentará mais rapidamente. O disco demora a se alimentar e se adaptar em uma nova morada. Este peixe é considerado de delicada criação e aconselhada a aquaristas experientes pois é extremamente sensível a águas poluídas com toxinas, Amônia e Nitritos. As trocas parciais deverão ser feitas periodicamente na proporção de no mínimo 10% a cada 10 dias. Estas exigências deverão ser cumpridas a risca pelo aquarista. A amônia sendo tóxica e o Disco sendo altamente sensível a ela, normalmente é a maior responsável pelas mortes destes peixes. Os sintomas de Discos doentes pela Amônia é a coloração escura, respiração ofegante, barbatanas constantemente fechadas e corroídas. Se o Disco parar de se alimentar, com certeza a probabilidade de morte será maior. Na constatação de amônia (> 0.5 ppm) realizada por testes específicos, o aquarista deve trocar 20% da água do aquário, para baixar o nível. Poderemos também usar produtos específicos aplicáveis ao filtro externo(mecânico), para que os níveis de amônia possam reduzir. Lembrando que quando a alimentação não for excessiva e os filtros biológicos estiverem funcionando corretamente esta toxina não estará presente no aquário


 


A compra de casais para a Reprodução:
Acho muito difícil algum lojista oferecer um casal de discos com promessas de reprodução e a garantia que está reproduzindo, a não ser que você obtenha de amigos e que já conheça bem o casal e a causa de se desfazer dos discos, acho melhor realmente obter alguns discos juvenis e observa-los ao longo de sua maturidade que chegará após 12 meses, para ai sim, tentar o acasalamento e sua criação. Para a distinção dos sexos existem muitas maneiras, acredito sim que são mais lendas que bases científicas, pois os discos não apresentam características externas que se possa fazer a distinção dos sexos. Por mais que grandes pesquisadores e aquaristas insistam em dizer que o macho é maior que a fêmea, que as nadadeiras dorsais são diferentes nas fêmeas etc... Será muito, muito difícil chegar em uma loja e em poucos minutos da compra, afirmar baseado em ‘nada’ que aquele disco é um Macho ou uma Fêmea. Para podermos ter uma grande chance de comprar casais ou um, que seja, devemos montar nosso grupo e obter 7 espécies, depois que possível mais uns tres ou quatro, claro que podemos levar sorte e obter um casal na primeira compra... Quando notarmos que no grupo , já na fase adulta, duplas de disco nadam e ficam juntos afastando os outros perto deles, significa que são casais e estão acasalando e jamais devem ser separados. O casal se corteja , o macho persegue a fêmea empurrando-a levemente pelo ventre e fica claro que a desova vai acontecer.







Aquário para Reprodução:
Aquário para a reprodução deve ter no mínimo uns 70 litros não passando de 150 litros. Nada de decoração apenas equipamentos obrigatórios como aquecedor , e o sistema de filtragem biológica, nada de filtros potentes, nada de ‘maremotos ‘ apenas uma circulação suficiente, para o tamanho do aquário. O único equipamento diferente usado é um cone de pvc, ou até um tubo para que a fêmea possa desovar.
A desova :
Após o acasalamento, o casal faz os preparativos para a desova da fêmea, limpando o substrato, o cone , como todos os ciclideos, realizam a limpeza com a boca, devemos prender o cone bem firme para que na limpeza não seja arrastada, também para que na hora da desova o substrato não se mexa, já que lá é o local onde os ovos vão ficar aderidos. Trocas parciais em alguns períodos pode trazer efeitos benéficos de aceleração para a desova. A fêmea pode realizar alguns treinos, como encostar o ventre no substrato. Os discos geralmente desovam no final da tarde, de 50 a 250 ovos, o macho fica encarregado de fecundar os ovos. Neste momento não devem ser molestados e o aquarista deve observar longe do aquário para não distrai-los e para não se sentirem ameaçados, pois podem comer seus próprios ovos ou não fertilizarem. Após a desova o macho fica ainda algum tempo para fertiliza-los, se bem que, a fertilização deve ser feita em alguns instantes após a desova, caso contrário os ovos não fertilizados irão gorar. Os ovos mantém um aspecto amarelado, meio transparente e os ovos gorados, ou seja, não fertilizados, com um aspecto branco leitoso.
O desenvolvimento e Alimentação
Os ovos demoram em média 60 horas para eclodirem , em uma temperatura de 29 graus, com 30 horas podemos observar pontos pretos que significa que o desenvolvimento está normal . O casal fica o tempo todo cuidando e oxigenando com suas barbatanas, para que os ovos não corram o risco de ficarem gorados. O casal se reveza neste procedimento. Enquanto um oxigena o outro deve cuidar da área contra supostas ameaças. Devemos manter uma luz fraca durante a noite para que os pais possam observar os ovos. Na eclosão, observamos a cauda das larvas já no exterior do ovo e nesse momento os pais ajudam com a boca para que eles se soltem totalmente , arremessando-os novamente ao substrato. As larvas então ficam grudadas pelo seu saco vitelino no substrato. Após 3 dias perdem por completo o saco vitelino e nadam em grupos para todo o lado do aquário. Caso estejam em um aquário comunitário ou com outros Discos presentes, devem ser retirados imediatamente com auxilio de uma mangueirinha, sugando-os para uma aquário de 15 a 20 litros. Se isso não for feito, os outros peixes vão se alimentar das larvas. É ponto crucial a sua alimentação, náupios de ARTEMIAS recém eclodidas, que deve ser oferecida no máximo em 24 horas após a perda total do saco vitelino que até então, era seu alimento. Caso o aquário seja de reprodução citado acima, devemos deixa-los no mesmo aquário . Eles vão procurar o muco da pele dos pais para se alimentar. Durante alguns dias este procedimento é valido sem que necessite de nenhuma intervenção do aquarista, mas quando maiores, os aquaristas devem alimenta-los durante uns 20 dias com náuplios de ARTEMIAS recém eclodidas , mesmo que ainda estejam se alimentando do muco da pele dos pais. Após 1 mês podemos alimenta-los com rações especiais para alevinos. Esperamos que tenham sorte e só a prática realmente vai fazer que o aprendizado seja intensificado.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

CIANOBACTÉRIAS


                                                   Famosa alga Azul 
cianobactéria

O que são e como são as cianobactérias?

As algas azuis, algas cianofíceas ou cianobactérias, não podem ser consideradas nem como algas e nem como bactérias comuns. São microorganismos com características celulares procariontes (bactérias sem membrana nuclear), porém com um sistema fotossintetizante semelhante ao das algas (vegetais eucariontes), ou seja, são bactérias fotossintetizantes. Existe uma confusão na nomenclatura destes seres, pois a princípio pensou tratar-se de algas unicelulares, posteriormente os estudos demonstraram que elas possuem características de bactérias. Para simplificação, neste texto, serão denominadas simplesmente cianobactérias.
As cianobactérias são representantes de um grupo de seres vivos muito antigo, provavelmente, são os primeiros organismos fotossintetizantes com clorofila-A. De acordo com registros fósseis, surgiram na Terra há mais de 3,5 bilhões de anos, sendo que sua grande proliferação ocorreu à cerca de dois bilhões de anos. Possivelmente, foram as responsáveis pelo acúmulo de O2 na atmosfera primitiva, o que possibilitou o aparecimento da camada de Ozônio (O3), que retém parte da radiação ultravioleta, permitindo a evolução de organismos mais sensíveis à radiação UV.
O material genético das cianobactérias fica no interior de nucleotídeos serpentados, que são pouco sensíveis à radiação UV e, além disto, possuem um sistema de reparo do material genético.
As cianobactérias podem viver em diversos ambientes e condições extremas. A maioria das espécies é dulcícola, algumas espécies representantes do gênero Synechococcus podem sobreviver em águas de fontes termais em temperaturas de até 74°C e outras espécies podem ser encontradas até em lagos antárticos, onde podem ser encontradas sob a calota de gelo com temperaturas próximas de 0°C. Existem formas marinhas que resistem a alta salinidade, outras que suportam períodos de seca. Algumas formas são terrestres, vivem sobre rochas ou solo úmido, estas podem ser importantes fixadoras do nitrogênio atmosférico, sendo essenciais para algumas plantas. 
cianobactéria sufocando a planta


As cianobactérias podem produzir gosto e odor desagradável na água e desequilibrar os ecossistemas aquáticos. O mais grave é que algumas cianobactérias são capazes de liberar toxinas, que não podem ser retiradas pelos sistemas de tratamento de água tradicionais e nem pela fervura, que podem ser neurotoxinas ou hepatotoxinas. Originalmente estas toxinas são uma defesa contra devoradores de algas, mas com a proliferação das cianobactérias nos mananciais de água potável das cidades, estas passaram a ser uma grande preocupação para as companhias de tratamento de água.
Em uma mesma espécie podem ser encontrados indivíduos incapazes de produzir toxinas ou outras capazes de produzir toxinas muito fortes e mortais. As neurotoxinas são identificadas como substâncias alcalóides ou organofosforados neurotóxicos e caracteriza-se pela ação rápida, causando morte por asfixia. As hepatotoxinas podem ser identificadas como peptídeos ou alcalóides hepatotóxicos possuem atuação menos rápida e causa diarréias, vômitos, diminuição dos movimentos e hemorragia interna.
As cianobactérias podem ser encontradas na forma unicelular, como nos gêneros Synechococcus e Aphanothece ou em colônias de seres unicelulares como Microcystis, Gomphospheria, Merispmopedium ou, ainda, apresentarem as células organizadas em forma de filamentos, como Oscillatoria, Planktothrix, Anabaena, Cylindrospermopsis, Nostoc.
Quando as cianobactérias estão agrupadas em colônias, muitas vezes, há uma capa mucilaginosa, gelatinosa, que envolvendo e protegendo a colônia.
Não possuem flagelos, mas algumas cianobactérias filamentosas podem se locomover por movimentos oscilatórios rudimentares, como, por exemplo, as dos gêneros Oscillatoria, Nostoc.
Quando testadas pelo método de coloração de Gram, comportam-se como bactérias Gram-negativas, com isto demonstram que possuem paredes celulares pouco permeáveis aos antibióticos.
A coloração das cianobactérias pode ser explicada através da presença dos pigmentos clorofila-A (verde), carotenóides (amarelo-laranja), ficocianina (azul) e a ficoeritrina (vermelho). Todos estes pigmentos atuam na captação de luz para a fotossíntese. Algumas espécies podem apresentar mais de um tipo de pigmento, isto explica a existência de cianobactérias das mais variadas cores.
Uma curiosidade, apesar de também serem conhecidas com algas azuis, apenas metade das espécies de cianobactérias apresentam cor azul-esverdeada. O Mar Vermelho recebe este nome, pois, em sua superfície são visíveis enormes concentrações de algas azuis... Vermelhas!
Como as cianobactérias vivem e se proliferam?
As cianobactérias são microorganismos autotróficos, a fotossíntese é seu principal meio para obtenção de energia e manutenção metabólica. Seus processos vitais requerem somente água, dióxido de carbono, substâncias inorgânicas e luz.
A reprodução das cianobactérias não coloniais é assexuada, ocorrendo por divisão binária, semelhante à das bactérias. As formas filamentosas podem reproduzir-se assexuadamente por fragmentação ou por hormogonia, que ocorre quando os filamentos quebram-se em alguns pontos e dão origem a vários fragmentos pequenos chamados hormogônios, que através da divisão de suas células dão origem a novas colônias filamentosas. Algumas espécies de colônias filamentosas são capazes de produzir esporos resistentes, os acinetos, que, ao se destacarem, originam novas colônias filamentosas.
A atividade fotossintética das cianobactérias é maior em ambientes com baixas concentrações de O2, característica da atmosfera do Pré-Cambriano, que apresentava baixas concentrações deste gás. Hoje as bacterias vivem numa atmosfera e meios mais oxigenados mas guardam esta potencialidade.
É interessante notar que as cianobactérias encontradas em fósseis de 3,5 bilhões de anos , em nada se diferenciam das cianobacterias atuais, o que é, de certa forma, um enigma para a teoria do evolucionismo.
Mesmo que as cianobactériasoxigênio elas podem utilizar-se de artifícios, como dividir o período em que elas fazem a fotossíntese produzindo O2, do noturno, quando fixam o nitrogênio. E também existem cianobactérias que fazem estas duas funções, mesmo na presença de luz.
Tomando-se como base os estudos promovidos em mananciais de água potável, percebemos que os motivos principais para o aumento da incidência de cianobactérias são:
1) O aumento anormal da quantidade de componentes nitrogenados e fosfatados na água. As cianobactérias têm três elementos que limitam o seu crescimento são, o Nitrogênio, o Oxigênio e o Fósforo.
2) O aumento da matéria orgânica favorece o aumento da quantidade de microorganismos decompositores livres na água e nos sedimentos, que acabam consumindo o oxigênio dissolvido na água, favorecendo com isto a atividade fotossintética das cianobactérias. Além disto, nos meios anaeróbicos a disponibilidade das formas inorgânicas de nitrogênio e fósforo aumentam, facilitando as grandes infestações.
3) Existem outros fatores, ligados, principalmente, à interferência humana sobre a natureza, tais como: construção de barragens e represamentos de rios, atividade agrícola, adensamento demográfico desordenado, etc, mas, todos eles nos remetem de volta aos dois primeiros itens.
As cianobactérias possuem uma característica que lhes proporciona uma vantagem em relação aos demais seres vivos, na falta de nitrogênio fixado (amônia, nitritos, nitratos), elas podem obter este elemento químico aproveitando o gás N2 da atmosfera. O N2 é uma substância bastante inerte e o aproveitamento de suas propriedades pelo organismo demanda um grande gasto energético; mas em caso de ausência de uma fonte de nitrogênio mais fácil, esta possibilidade confere as cianobactérias uma alternativa de sobrevivência em condições altamente desfavoráveis a qualquer outro ser vivo.
O fósforo é o elemento menos disponível que as cianobactérias precisam. É geralmente, entre o Nitrogênio, Oxigênio e o Fósforo, o mais escasso em nosso planeta e certamente em aquários. Afinal, ele não é reduzido como o nitrogênio, pois entra nas reações orgânicas na forma de composto. As árvores, florestas reciclam o fósforo na Natureza. No aquário, ele é relativamente escasso por ser metabolizado pelos organismos dos peixes, plantas, etc. O uso de aditivos para as plantas que contenham fósforo em sua fórmula pode ter o mesmo efeito que excesso de alimentação rica em fósforo. Tem o mesmo efeito de organofosforados colocados em plantações à beira de rios. Deixar restos orgânicos no aquário, o mesmo que jogar esgoto nos mananciais. 


Como podemos controlar os surtos de cianobactérias?
De acordo com estes estudos e minhas experiências, todas bem sucedidas, na erradicação de cianobactérias, é possível concluir que:
As cianobactérias são seres muito antigos, resistentes e altamente adaptáveis à vida em um aquário. A diminuição dos níveis de O2, aquários superpopulosos, mal filtrados e/ou acúmulo de detritos podem facilitar o surgimento destas pragas.
Cianobactérias preferem viver fixadas, pois não possuem grande capacidade de locomoção. Fixam-se através de uma camada gelatinosa que envolve e protege toda colônia, possibilitando, mesmo após uma sifonagem, a permanência de indivíduos suficientes para formação de uma nova colônia. Além disto, as cianobactérias podem se fixar em áreas que não podem ser sifonadas, como, por exemplo, em frestas, muito estreitas, de rochas, ou troncos.
Elas não se reproduzem apenas por esporos, por isto um filtro UV pode eliminar os esporos, mas ainda restarão as cianobactérias que se reproduzem através de divisão celular ou fragmentação.
A composição de sua membrana celular dificulta a ação dos antibióticos. A dosagem incorreta do antibiótico, ou por prazo insuficiente, pode gerar cianobactérias resistentes, obrigando a utilização de outros antibióticos, gerando possiveis problemas com a filtragem biológica. Nem todas as bacterias do filtro biológico são gram-negativas e portanto nem todas morrerão pelo efeito da eritromicina. Mas, já que usamos este antibiótico com sucesso e sem grandes problemas, é necessario manter seu uso adequadamente, evitando o aparecimento de bacterias resistentes e necessidade de uso de outros antibióticos cujos efeitos no aquario não conhecemos.
Concluo que a melhor forma para evitar infestações com cianobactérias é a minuciosa lavagem e desinfecção de qualquer elemento a ser introduzido no aquário, correto dimensionamento dos equipamentos de filtragem e circulação de água, jamais promover a superpopulação, evitar falhas na rotina de manutenção (sifonagens, trocas parciais semanais e limpeza de filtros).
A melhor forma para erradicação das cianobactérias é a realização de uma rotina de tratamento, que consiste na realização concomitante de sifonagens e aplicação de um antibiótico que tenha ação sobre bactérias Gram-negativas.
Atualmente, de acordo com artigo do colega Vladimir Simões, o antibiótico mais recomendado é a Eritromicina.
Aplica-se, diariamente, uma dose de 250 mg de Eritromicina para cada 100 litros de água, por um período de três dias. Antes e durante o tratamento é necessário executar sifonagens diárias para retirada de parte das colônias e também para manter sob controle os níveis de amônia. No quarto dia, um dia após o término do tratamento é indispensável a realização de sifonagem e troca de no mínimo 50% da água do aquário, o que recolocará os níveis de amônia em um patamar aceitável.
Esta rotina de tratamento deve ser executada com rigor e seriedade, pois a sobrevivência de cianobactérias a este tratamento pode causar o desenvolvimento de uma geração de cianobactérias resistentes a Eritromicina.
texto extraído da net